segunda-feira, 17 de maio de 2010

Ciranda, Cirandinha

O amor que tu me destes
era pouco e se acabou.
O amor que eu te tenho
é tanto e muito ficou.
Se são de vidro os anéis;
Os corações ainda pulsam,
choram calados.
Estes não quebram.
Não cicatrizam nunca.
Jamais poderão ser colados!

Por isso dona Ciranda
entra dentro desta roda
diz um: "-- Te perdôo." bem agora.
Não digas mais adeus
e não tornes a ir embora.

O Ministério

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ilha Minha

Das dores que a caminhada me impôs
transformei-as em lições;
Das lágrimas que brotaram
formou-se um rio;
Das pedras,
fêz-se uma ilha chamada felicidade.
E dos momentos que ainda desfruto?
Uso-os para construir o barco
que haverá de levar-me lentamente
até o tão ambicionado solo.
Onde os ilhéus de meu passado aguardam-me
paciente e festivamente!

terça-feira, 4 de maio de 2010

As Manchetes

Semi inerte,
feito moribundo
ou um tanto vagabundo;
(Tanto faz)!
Eu lia as manchetes do dia.
- Quantos morreram.
- Tantos acidentes.
- Dúzias de incidentes.
- As desgraças iminentes.
E foi daí que ocorreu-me:
E sobre o perfume das flores?
O nascimento de um amor?
O desabrochar de um poema?

Estes não valem sequer uma
pequena notinha de rodapé?

domingo, 2 de maio de 2010

Diva Menina

Uma estátua, certa feita
de uma bela e triste menina
que, de tão rica no entalhe
teimava em ser tão perfeita.

Esquecera, todavia
que lá fora é tanto detalhe,
tanto momento sublime, e
que a vida é tanta alegria.

E eis que um dia a tal diva
Quis descer da pedra fria.
Queria sentir-se viva
teimava em chorar de euforia.

Quis errar só por errar,
devorar da boa ambrosia,
dormir um sono gostoso
e quem sabe então sorriria!