domingo, 20 de dezembro de 2009

Eremita Urbano


No burburinho da cidade grande
é que eu me calo.

E calado:

Pensamentos a deriva navegam
sem compromisso de rumo.
Feito um eremita perdido
no meio da multidão.

Fico ensimesmado.

A procura de meu próprio eu,
que deve estar perdido e
maravilhado,
entre as luzes de Natal.

INSÔNIA



Das noites de insônia e reflexão
surgem pensamentos desconexos.
Milhares de dúvidas e
uma ausência tumular
de respostas.
Somos nós jogadores audazes?
Ou simples peças do tabuleiro?

sábado, 19 de dezembro de 2009

Melhores Momentos


O melhor erro
é o que ainda não tivemos coragem de cometer;
O melhor beijo
é aquele que nos instiga cada vez mais;
O melhor da vida
é tudo o que ainda não vivemos,
Mas que está lá fora,
a nos esperar para que vivamos intensamente!

domingo, 13 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Natal Interior



É no milagre do Natal
que feito larva em metamorfose
criamos asas e voamos num sonho
de um mundo melhor,
de amor ao próximo,
de bondade plena e cortesias
á esmo.

E se não for assim,
que sequer brilhem as luzes
do nosso pinheirinho interior.

sábado, 21 de novembro de 2009

Phoênix


Sou ave.
Sou suave.
Sou ágil e
um tanto frágil.
Vôo com o coração,
sou emoção.
Sou uma lenda.
Me desvenda!
Sou fogo, sou cinzas, renascer,
acreditar, levantar.
Suavemente pousar, avidamente
pulsar.
Sou um misto de sentimentos,
sem lamentos.
Sou mulher!

À uma grande amiga que mora longe e perto.
(Longe na geografia mas perto demais no sentimento de amizade que compartilhamos)

domingo, 15 de novembro de 2009

Tragos de Vida

E é no sonho da lida,
na lembrança da querência,
que sorvo outro trago de vida
da garrafa da existência.

E esta instável bebida
as vezes tem gosto de fel;
Quando nem mais apetece
Fica doce feito mel.

Tem cor de arrependimento,
licorosa como saudade,
um Q de contentamento,

Mas tem amor de verdade,
um cadinho de carmim.
Pena que está no fim!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Soneto da Saudade

E se voltasse o tempo de outrora
mergulharia nos braços da senhora,
contemplando teu sorriso radiante
feito amparo do meu ser errante.

Sem palavras te diria dos meus dias
Sem reclamar narraria as noites frias.
Falaria da saudade a martelar no peito
e só depois te afagaria no teu leito.

Sorririas sem censura ou arremedos
respeitando cada um dos meus medos.
Cada tentativa de ser forte.

E eu, inerte. Esqueceria a própria morte.
Esqueceria a vida, o sonho e a dor
em busca do teu tão precioso amor!

sábado, 24 de outubro de 2009

Essa pergunta foi a vencedora em um congresso sobre vida sustentável.

"Todo mundo 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos...

Quando é que 'pensarão' em deixar filhos melhores para o nosso planeta?"

Passe adiante!
Precisamos começar JÁ!

Uma criança que aprende o respeito e a honra dentro de casa e recebe o exemplo
vindo de seus pais, torna-se um adulto comprometido em todos os aspectos, inclusive em respeitar o planeta onde vive...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Nalgas

E foi entre tuas nalgas
de poros eriçados
que tracei minha trilha.
Abri caminhos,
delirei
e espalhei
meu sêmen ainda quente.
E só depois então
te afaguei.
Como quem afaga
o próprio prazer.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Trilhas de Mel


De curva em curva,
percorro trilhas de mel,
labirintos de prazer,
(pequeno pedaço de céu).
E é nas rimas perdidas
que faço um poema a granel.

Montes na palma da mão.
Há! Saboreio tua dança.
E até já sinto teu ventre
deslizando igual criança.
Me envolvendo em teu calor,
faz do deleite festança.

E em romaria secreta.
num ritual de malícias
me encantas e me decreta:
Escravo de tuas carícias;
Ao mesmo tempo teu mestre
que te sorve em mil delícias!

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Batom



Ah, o teu batom!
Na minha pele ainda acesa,
feito tatuagem.
Inerte eu te viajo,
me perco e te encontro.
Alí,
saciada, instigada!
Pronta para o próximo ato.
Se abrirem-se as cortinas
quiçá, sorrateira voltarias
a realidade pequena.
(e eu veria teu rosto)
Mas neste momento,
e somente neste momento,...

Saboreio teu corpo
e me marcas de batom,
como a brindar a posse.
O tudo e o todo
impregnado em lençóis,
feito tela na parede
a enfeitar o caminho!

domingo, 11 de outubro de 2009

Soneto para a Cidade Grande


O sol que te aquece,
o carro que passa.
e O dia envelhece
em sinais de fumaça!

Um ônibus parte,
outro ônibus vem.
grafite sem arte,
no muro de alguém.

Cidades de nós.
Concreto e pecado.
Espreita o algoz.

D'algum sonho encantado;
em desfecho atroz,
Que jaz no passado.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

AO MEU REDOR

Quando eu fui eu mesmo
e expressei minha vontade
e meus sentimentos.
Ecoaram lamentos.
Ao meu redor.

Dos que me amavam
em recíprocas palavras;
partiram críticas,
rancores, desamores.
Ao meu redor.

Então cedi,
abri mão de meus conceitos
pois, preconceitos,
brotavam em terra fértil.
Ao meu redor.

Hoje eu sou a lembrança
do que eu quisera,
do tanto que eu sorrira.
E todos voltaram, como herança.
E felizes se acomodaram.
Ao meu redor!

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Testamento de Poeta

Dentre os raros bens que deixarei,
(sem valor comercial algum).
Ficam os velhos chinelos,
disco do Chico, foto da Elis.
Um punhado dos sonhos mais belos,
de um dia ser feliz,...

Prá você que é meu amigo
deixarei uma rima curtinha.
Beijo expresso no papel,
entre uma e outra linha.

Te deixo também a certeza
desta cumplicidade desmedida.
Pois amizade como a nossa
transcende o tempo da vida.

Saibas que és especial
para este sonhador.
Pois que, amizade prá sempre,
É melhor que um curto amor!

domingo, 14 de junho de 2009

VERBOS X VERSOS

Anoitecer,
esfriar.
Perceber,
Chuviscar.
Envolver,
Relembrar.
Adormecer e
quiça sonhar!

E assim
conjugo verbos largados.
Absurdos, desmedidos.
Por vezes molhados,
incontidos.

Feito sina.
Que me faz andar a-toa,
retirando do lenço surrado,
mais um verso de saudades.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

TRISTEZA

Dentre palavras mal postas,
verdades não ditas e,
mentiras na areia.
Carrego no peito o fardo
da tua ausência.
Desta saudade,
nesta mórbida e inerte
falta de sossego.

Tristeza que me deixastes,
lembranças que me impusestes.
Sorriso que me roubastes.
Pois é!

Num devaneio reescrevo a vida:
És minha!
Estás comigo e em mim.
Te flerto num olhar
e sofregamente murmuro:
A TRISTEZA MORA LONGE!
Enfim,...

sábado, 25 de abril de 2009

Guria

Ah, guria, guria,...
do jeito que encanta!
Namoro safado;
Trejeito maroto,
sorriso assanhado,
olhar carinhoso
do beijo molhado;
Sujeito de sorte
o teu namorado!

Ah, guria, guria,...
Menina mulher ou,
mulher menina?
Seduz o poeta
Conduz o abstrato
reduz a distância
induz a ilusão
Traduz o sentir
Dá luz à razão!

Ah! Fosses minha;
Guria, guria,...
Sedutora mulher!
De rosto corado,
são teus os meus sonhos,
e tudo de ousado
dos meus devaneios.
Sujeito de sorte
o teu namorado!

Gauss

domingo, 19 de abril de 2009

Esta Noite


Esta noite sonharei acordado,
alheio as estrelas, lua, breu.
Ao som de um sussurrado silêncio,
tu serás minha e serei teu.

Esta noite tem magia
tem teu cheiro a embriagar,
vaga no peito a saudade,
mas hoje me irás afagar.

Esta noite serás tudo!
Tudo o que te desejo.
Amanhã serás passado,
mas fica o sabor do teu beijo.

Esta noite eu te mereço,
Te acaricio. Venero,...
te possuo e em ti adormeço,
ao som do nosso bolero.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

AVIÃOZINHO DE PAPEL


Eu rimo palavras fúteis,
versos efêmeros e
verdades na areia.
Eis minha sina!
Falar do amor que foi,
lembrar que não será jamais.
Borrar impunemente o papel.

Fazer um aviãozinho
e lançá-lo de volta ao passado.
Na vã esperança que volte o tempo
em suas frágeis asas brancas.

domingo, 29 de março de 2009

Neruda

Já não se encantarão os meus olhos nos teus olhos,
já não se adoçará junto a ti a minha dor.

Mas para onde vá levarei o teu olhar
e para onde caminhes levarás a minha dor.

Fui teu, foste minha. O que mais? Juntos fizemos
uma curva na rota por onde o amor passou.

Fui teu, foste minha. Tu serás daquele que te ame,
daquele que corte na tua chácara o que semeei eu.

Vou-me embora. Estou triste: mas sempre estou triste.
Venho dos teus braços. Não sei para onde vou.

...Do teu coração me diz adeus uma criança.
E eu lhe digo adeus.

Pablo Neruda

quinta-feira, 26 de março de 2009

Geografia


Visitei planaltos, cerrados;
Montes eriçados,
planícies lancinantes.
Climas úmidos, instigantes;
Quase em brasa e,
a beira d'um vulcão,
montei casa.
Sorvendo em teu açude,
sacio a sede amiúde.
Agora, em sereno torpor;
Murmuro:
-- Em matéria do teu corpo
sou professor!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Eu te trouxe um versinho



Eu te trouxe um versinho colhido na hora!
Ainda fresquinho e com o
orvalho da noite.
Não tem sabor de palavras difícieis,
nem latim ou esperanto.
Tem o doce da amizade;
Essência de boas lembranças;
Um formato de simplicidade;
Grãos de carinho feito flocos saborosos.
Eis que te o entrego sussurrando,
que é para não assustar os beija-flores
que porventura o espreitem.
Desejo que o saboreies em puro deleite.
Que lambas os dedos e sorria.
Pois que,
Eu te trouxe um versinho colhido na hora!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Decadence



Fecham-se as portas lentamente
ranger de enferrujadas fechaduras
Ecoam tristemente.
um tom de semi breu me invade o ser.
Uma lágrima nega-se a rolar.
Será que vai chover?
Inquisitivo, fito o nada.
Desesperançoso, ando á esmo.
É tão íngreme a estrada.
Odioso, maldigo a vida,
Desprezo as rosas.
Esqueço a lida.
Se vai amanhecer? - Não importa!
Talvez escureça, vente ou esfrie.
Sou alheio, sou efêmero,
sou a horda.

E esta efemeridade que me invade
é o que ainda conservo na bagagem.
Afora isso, uma única saudade!

Um beijo

Foste o beijo melhor da minha vida, ou talvez o pior...Glória e tormento, contigo à luz subi do firmamento, contigo fui pela infernal descida! Morreste, e o meu desejo não te olvida: queimas-me o sangue, enches-me o pensamento, e do teu gosto amargo me alimento, e rolo-te na boca malferida. Beijo extremo, meu prêmio e meu castigo, batismo e extrema-unção, naquele instante por que, feliz, eu não morri contigo? Sinto-me o ardor, e o crepitar te escuto, beijo divino! e anseio delirante, na perpétua saudade de um minuto....


Olavo Bilac

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Sou Assim


Eu não sou somente o que você vê.
Sou menino, sou velho, sou rapaz.
As vezes me importo,
noutras, tanto faz.

Eu sou o X de uma dízima periódica.
Não tente desvendar minha fórmula;
ela não está nas enciclopédias,
nos compêndios, nem tem lógica.

Está nas ruas, na vivência,
numa lágrima que esqueceu de correr
ou no dia que não quis amanhecer.
Num momento de carência.

Eu sou isto,
sem rótulos, e
não peço votos;

Nem favores.
Apenas que você me goste
exatamente do jeito que sou.