Rotina de vinte e tantos anos.
Na vida e na lida, cabisbaixa vai;
Não fala um ai.
Cabisbaixa vem.
Não exclama um "poxa".
Não deseja ninguém.
Nem mesmo o porteiro João
que lhe espia as coxas
e suspira em vão.
Se o marido a trai:
Ela não diz um "ai";
Se o marido bebe:
Mesmo assim o recebe.
Se o marido bate:
Óculos escuros de arremate.
Se o marido nem vem:
Ela não deseja ninguém.
Não desiste João,
a moça é honesta.
Tem um bom coração.
Fala com ela porteiro,
você que tanto a deseja.
E você é solteiro.
Um comentário:
Oi poeta, faz dias que era pra eu vir aqui, mas o versos de dizer do meu "eu peçonha" andam ordinários e vagabundos.
Como tormentas estúpidas em aviõezinhos de papel.
Agora vim ler esse teu verso poético
(cupido nada demodê)
que linda!
parabéns, aprecio muitíssimo esse teu cantinho.
beijos
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