Um poeta é tantas coisas
e nenhuma das coisas o é.
Rabisca seus devaneios
e navega entre mil anseios.
Tem fé no amor que virá,
Na lua, na musa, na flor.
Fé que um semblante haverá
entre brasas; De um alvo furor.
Não chega a ser um errante,
se atém ao subjetivo.
Jamais entendeu de "concreto";
Do próprio peito é cativo!.
Um poeta é tantas coisas
que nem em sonho seria.
É o menino-jovem-crescido
cuja vida sorveria.
Feito um manjar escondido:
-- Em detalhes, se delicia.
Porém, não chores poeta
por desamores em lata.
Nem toda diva é real e
nem sempre, é a lua de prata!
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