domingo, 28 de novembro de 2010

Com "V" se Escreve:

Vida I

Ah vida, vida,
estranha vida.
Não vou te rimar
com sofrida.
Faço versos dos caminhos
Faço dos versos guarida.
Se não fossem os passarinhos,
Não fosse a paixão desmedida,...
Eu cá com dragões e moinhos,
Suando as vestes na lida;
Sonhando em sonhos, carinhos,
chorando mil despedidas!

 Versos

Nos versos que escrevo
pouco a pouco me descrevo.
Em entrelinhas me exponho,
o que sou e o que suponho.
Em metáforas distorcidas,
as experiências vividas.
Os Pontos de exclamação:
Suspiros de um coração.
As vírgulas, coitadinhas:
Do caminho são as pedrinhas.
E as unidas reticências:
O desenrolar das vivências.
Interrogações desoladas:
Para as dúvidas da estrada.
Aspas, parênteses e grifados
a exaltar os apaixonados.
E, um ponto final bem conciso.
É agora o que eu mais preciso.

Vento

Assisto o vento!
De camarote.
Se antes foi brando
também teve ímpetos.
Viajou por vales,
beijou o mar,
prosseguiu na noite
assistiu o amanhecer.
Renaceu enfim!

Se calmo: Brisa;
Se chora: Chuva;
Se outrora: Foi-se;
Se vindouro: Afronta;
Se bravo: Tempestade;
Se circula: Rodamoinho;
Se abandona: Saudades!

Quisera eu, num sonho qualquer,
ser pé de vento.
Destes que alça vôo sem destino.
Só pelo prazer, só pelo ventar.
Beijar tua face e partir.
Trazer o perfume da flor,
levar,entranhado,  teu sabor.
Andar por aí, só por andar,...
como num pensamento à-toa.

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